sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

*Interna Nº521*



Mãe, sabe aquela música que ouvíamos?
Não tocou mais aqui na vitrola velha...
E lembra das tardes com nuvens rosas?
Está tudo tão cinza, mãe, tudo tão cinza.


Mentes esfoliadas pelo tempo me julgam,
Minha profissão envergonha meus filhos.
A terra secou e com ela minha branca pele...
Mãe sabe meu cabelo? Caiu, feito lágrima.

Eu e meu amor deitamos no meio da rua,
Mas ainda ficou algo cru e frio por fazer.
Mãe, ela não é mais meu amor, esquece...
Está tudo tão cinza, mãe, tudo tão cinza.

Esconderijo de soldados e prostitutas...
Altar para minhas doces drogas injetáveis.
Mãe, não deixe que me levem amarrada...
E sabe aquela música? Eu nunca ouvi...


By Camila Passatuto

domingo, 3 de fevereiro de 2008

*Fim de Amor*


Minha última chance estava ali bem adiante.
O aeroporto te espera estático e antipático,
Minhas pernas tremiam pedindo para correr.
E eram nossos últimos beijos, inebriantes...

Boca rosada, olhos azuis, voz mimada, você.
Para nunca mais te ver, mas estava eu ali...
Lágrimas e risos eu lhe ofereci, uma aliança?
Para selar algo, que coragem faltou em anos.

O aeroporto te espera estático e antipático,
A hora chegou e seus passos me matam...
A cada segundo uma distância
Corro, te paro, toco tua mão e entrego minha alma...

Sussurro - Não precisa um dia voltar, mas vá.
Um sorriso bobo,
Uma meia volta,
Vá nessa, amor,


Te vejo nas férias de junho...


By Camila Passatuto