Não esconderei as marcas do açoite,
Com orgulho as cicatrizes no meu rosto.
As pernas tremulam o compasso rítmico.
É tempo de liberdade, meu senhor.
As noites vadias de bebedeira não existem,
Meninas estupradas, essas eu esqueci, ai sinhá!
Senhoras bem portadas com arreios de ouro...
É tempo de liberdade, meu amor.
No velho curral ainda há sangue no chão,
Minha senzala de portas abertas, ai sinhá!
No palácio deixei meu amor chorando...
É tempo de liberdade, meu desespero
A pálida pele, hoje, desenha minha história,
Lábios vermelhos tão expressivos, lindos.
Já me fui faz tempo, mas a dor ficou, reinou
E é tempo de me libertar, meu senhor.
By Camila Passatuto